Atuação

1) Pré-natal

A assistência à saúde da criança deve se iniciar antes de seu nascimento. Vários estudos têm demonstrado que as consultas de acompanhamento pediátrico, nos períodos pré e perinatal, conseguem reduzir a morbimortalidade materna e do recém-nato.

A consulta pediátrica no pré-natal proporciona à família um vínculo com o pediatra já antes do nascimento da criança. Inúmeros são os objetivos que devem ser atingidos com esta consulta. Possibilita a formação de um vínculo entre o pediatra e a família, contribuindo para as futuras visitas de supervisão à saúde. Prepara os pais para o cuidado do desenvolvimento físico e psicológico da criança. Também permite o estabelecimento da confiança dos pais no pediatra, especialmente se for necessário o encaminhamento do recém-nascido a outro centro de tratamento, caso a criança necessite de cuidados médicos especiais.

2) Recém-nascido

O pediatra avalia as condições da gestação e do parto, o tempo de internação e eventuais intercorrências. Nessa fase tão delicada, onde os pais tem tantas dúvidas, orienta quanta à amamentação, sono, cólicas, choro, icterícia e eliminações fisiológicas. É feito um exame físico detalhado, avaliando o estado geral do bebê, vitalidade, força muscular, crescimento físico e reflexos. Identifica e intervém em possíveis doenças congênitas, como cardiopatias, hérnias, hidrocele, criptorquidias, etc. A primeira consulta do recém-nascido é sempre mais demorada que as outras.

3) Crianças

Hoje se estima que o pediatra devote até 40% de sua atividade clinica do dia a dia aos chamados serviços preventivos. A meta é fazer o diagnóstico e intervir nos problemas detectados, em relação à alimentação, estado nutricional (desnutrição, anemia, obesidade), imunização, crescimento, desenvolvimento neuropsicomotor, pubertário e comportamental.

Além disso, o pediatra verifica as queixas da criança e da família, diagnostica possíveis doenças, e solicita exames complementares quando necessário. Receita o tratamento adequado em cada caso e acompanha esse tratamento, verificando a melhora do quadro clínico. Também acompanha tratamentos mais específicos com outros médicos.

4) Adolescentes

O atendimento clínico de adolescentes possui uma abrangência que envolve o olhar para aspectos orgânicos, psicológicos e sociais. Acompanhar o desenvolvimento humano nessa fase de vida exige que a abordagem se faça, em alguns momentos, na presença da família, permitindo avaliar, e até mesmo facilitar, as atuações em conjunto. Exige, também, que se privilegie o momento em que o adolescente possa manifestar-se, garantindo-lhe o direito à privacidade e à confidencialidade, fundamentais no favorecimento da abordagem de temas como sexualidade, uso/abuso de substâncias psicoativas, violência, etc.

A abordagem em dois momentos (sozinho e em conjunto com a família) promove a reflexão e a divulgação de informações a respeito de situações que, com maior frequência, expõem adolescentes a comportamentos de risco, como acidentes, sexo sem segurança, violência, etc.